terça-feira, 14 de setembro de 2010

A fim de te acompanhar

E de repente a gente começa a ver sentido de novo em músicas que falam de amor, de paixão. Aquelas mesmas que nós achávamos tão bobas, tão fora do real, coisa de quem não vê o mundo de verdade, coisa de quem não viveu o fim de um relacionamento.

Besteira! Ilusão nossa achar que quem sofreu sabe de tudo, que a felicidade está guardada só para aqueles que ignoram a dor, que ela só acontece uma vez na vida.

Cada pessoa que conhecemos é um novo mundo, cada novo contato mil possibilidades, cada relacionamento outras músicas.

E assim a gente redescobre o gostinho de flutuar ao invés de andar, de sonhar ao invés de pensar, de dançar ao invés de se mexer e de ouvir melodia ao invés de barulhos.

A gente volta a acreditar em magia, em coincidência, em destino, em vidas pessadas e no outro.
escrito por quem ouve: ensolarado, presente para a T. que me presenteou com a história que me inspirou, e que está ouvindo: o último romance.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Azar e sorte

Queimar o almoço é azar.

Chegar na hora que ônibus vai sair é sorte.

Não encontrar na festa a única pessoa que você queria ver é azar.

Fazer um comentário sobre a festa na frente da pessoa certa é sorte.

Não ver a ligação da pessoa que você mais precisava na hora é azar.

Receber uma mensagem surpreendentemente boa pela manhã é sorte.

Beber para ficar alegre e passar mal é azar.

Beber para ficar alegre e não sentir efeito nenhum também é azar.

Beber para ficar alegre e beijar quem não devia é porque você tem fogo mesmo.

Beber para ficar alegre e chorar é porque você é meio depressivo.

Acreditar que em todas as outras situações você teve sorte ou azar é observar muito pouco a vida.

sábado, 11 de setembro de 2010

Bloqueio

As formas de tentar contornar e as fugas são infinitas. Os motivos também são muitos, pouca é a coragem para admiti-los. Remoer as questões, pensar, tentar achar um motivo, uma razão só travaram a escrita.

A pressão de tentar o melhor me consumiu. Saber que outras pessoas liam me fez querer agradá-las. Só faz sentido escrever pra mim, só eu fico desapontada, só eu preciso encarar as minhas besteiras. As minhas inúmeras inseguranças, abertas, expostas, óbvias em cada palavra que eu escrevo, em cada texto, me deixando vulnerável a cada pessoa que possa estar atenta. Infelizmente não sei escrever sem me doar, sem me colocar no papel.

Nas minhas fugas, tentei escrever sobre os outros, sobre sentimentos alheios, testei outros horários, mudei meu ambiente, busquei inspiração no cenário, achei que a solução poderia ser a estética na produção, nada disso funcionou.

Nas minhas tentativas eu percebi que só escrevo para combater os meus medos e fugir deles é o mesmo que me bloquear.