quinta-feira, 28 de outubro de 2010

El tiempo

Duas horas da manhã e ela não conseguia pregar os olhos, não conseguia dormir, não conseguia fazer o seu trabalho, não conseguia limpar o quarto, estava imóvel, entregue a inutilidade. Era essa a rotina dos seus dias. Cada instante ocupado com pensamentos sobre ele, o seu mais novo amor impossível.
Ela já estava começando a se questionar sobra a força e a veracidade dos seus sentimentos, parecia que ela estava apenas trocando de sonhos, colocando alvos cada vez mais distantes. Era uma versão piorada de uma adolescente de doze anos apaixonada pelo cantor pop. Ela podia falar com as pessoas que ela queria, as vezes tocar, em alguns casos, depois de várias armações até mesmo beijá-las, mas jamais se transformariam em um relacionamento. No entanto, o pouco contato que ela conseguia não deixava a esperança morrer. Idiota. Se apaixonar por Johnny Depp seria mais inteligente da sua parte, ninguém gasta horas tentando puxar assunto com ator, porque nunca falaria com ele mesmo.
Três horas da manhã, ela já tinha desistido de dormir, vinho e música lhe fizeram companhia, sempre a música, sempre o álcool, a esperança é que até as quatro ele já tivesse feito efeito e ela dormiria sem pensar.
Três e meia uma mensagem depressiva para o seu melhor amigo, aquele que ela não tinha vergonha de agir como uma ridícula.
Quatro horas, dorme finalmente, passa a noite toda com ele nos seus sonhos, em nenhum momento ela fica sozinha, em nada ela se livra dele (ou seria dela mesma, com essa louca obsessão?).
Onze horas da manhã, ela acorda com um sorriso no rosto, falando, alegrando, divertindo a sua volta, escondendo aquele ser que era na madrugada, separando dos outros a sua sombra, fingindo que era só luz.

Um comentário:

  1. Tudo que a bipolaridade quer é um Ser Humano, numa noite, em casa e sozinho.
    Gostei do texto!

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