sábado, 16 de outubro de 2010

Friends

Um pouco diferente do que eu costumo escrever.

Nasci em uma geração pós-Friends, e fui profundamente marcada por isso, assim como muitas pessoas que eu conheço. Nós somos aqueles que não amadureceram com eles, porque quando a série acabou éramos adolescentes ainda, nós não nos sentíamos um deles, eles eram modelos para o nosso futuro. A questão ali não era só o humor, as piadas, as situações engraçadas, era a amizade, o companheirismo. Quem não gostaria de compartilhar ao começo da vida adulta com os seus melhores amigos? Quem não gostaria de ter com quem contar nas horas difíceis sem ter que correr para os pais? Quem não gostaria de ter segurança em um grupo de pessoas que te apoiariam, mas que ao mesmo tempo saberiam fazer piada de tudo aquilo? Friends representava o processo de transição perfeito entre a vida com os pais e a constituição da própria família. Era a independência, liberdade, sem a insegurança de estar sozinho, ou de ter que cuidar de outras pessoas. Era saber que qualquer situação poderia ser encarada com humor ao invés de dores de cabeça. Era o sonho de qualquer adolescente.
Acredito que assim como eu, a maioria acreditava que seria apenas isso, um sonho. Em uma realidade brasileira onde a maioria só sai da casa dos pais para se casar, dividir um apartamento com amigos parecia meio estranho, distante demais. Alguns dos que tinham que sair de casa antes para trabalhar ou estudar relatavam como uma parte difícil da vida morando com pessoas desconhecidas. Para mim Friends não passava de uma ilusão.
Foi aí que eu tive uma boa surpresa da vida. Tive que morar na cidade vizinha para fazer faculdade. As primeiras experiências realmente foram próximas ao que eu esperava, uma tortura. Um obstáculo a vencer para poder estudar. Até que fui conhecendo pessoas que pareciam ter os mesmos ideais que eu, que tinham a mesma vontade de fazer a convivência dar certo e ir além. Nós seis (sim! Totalmente Friends) que nos demos tão bem conseguimos encontrar um apartamento para dividir e os dias que seguiram foram de uma felicidade que iria além de qualquer imaginação. Tudo que eu buscava encontrei ali: amizade companheirismo, apoio, diversão, motivação.
Essa é a minha vida agora, a melhor fase de transição. Cada dia é uma coleção de risos uma aprendizagem em conjunto, uma troca de experiências onde a minha vida não é só minha é compartilhada com pessoas que se importam, que dividem amor.É repleta de piadas do Chandler, de futilidades da Rachel, de viagens da Phoebe, de obsessões da Mônica, de nerdices do Ross e de cantadas do Joey.
É uma experiência repleta de sentimento, aquela ligação abstrata e incrivelmente forte que havia entre eles é perceptível onde eu moro. O lugar onde tudo se resolve, onde o choro vira riso, onde vidas que nunca se encontrariam fazem todo o sentido porque estão juntas.
Pode parecer boba, mas sou apaixonada por essa letra: i'll be there for you

Um comentário:

  1. I'll be there for you, no matter what ... even that far ... I'm here with you

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