- Não seja tão boba. – o sorriso no rosto dela morreu.
- É inevitável.
- Você poderia pelo menos não ser tão inocente, tão simples. – a expressão dele dava sinais de irritação como se estivesse falando de um animal que fazia muito barulho.
- Não entendo sua paixão pelo complicado. É insatisfação isso? – um sorrisinho pra tentar salvar o orgulho.
- Olha quem fala, como se você estivesse muito satisfeita com a vida.
- Pelo menos eu estou tentando deixar ela mais simples.
- Mentira! Você só esta perto de mim porque eu sou mais complicado do que você e isso te faz sentir bem. – ela reclamou mentalmente por ele ser tão esperto e por ela ser tão fácil de entender.
- Você é azedo. – saiu assim como uma constatação óbvia, não como uma reclamação ou uma acusação.
- E você é doce demais. – no mesmo tom.
- Quem diria...
- As pessoas enxergam aquilo que querem, nunca menti pra que pensassem diferente. – ela podia visualizar um cigarro na mão dele, pra completar o ar de indiferença, isso se ele fumasse.
- Isso não quer dizer que foi verdadeiro. – mais um sorriso triunfante.
- Está vendo, você não é tão boba, se esforce mais. - ele se levantou. – Um bom dia pra você, preciso ir agora. – maldita educação! Enquanto ele saía da sala, os únicos movimentos que ela fez foram com os lábios, sem emitir som, mas que diziam claramente F-U-C-K-Y-O-U.
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